CLARICE LISPECTOR E O DECOR
Depois que li Clarice escrevi muita carta. Ela, que quando escrevia carta usava “um anzol compridíssimo, cuja isca bate no Rio de Janeiro para pescar resposta”, me mostrou como o texto escrito à mão é um artesanato de palavras. E lá, no CCBB, estão muitas cartas dela, em gavetas pra você abrir e bisbilhotar.
Mas a exposição revela pouco, talvez por respeito ao mito. Talvez pra não alimentar mexericos. É uma exposição bonita, mas não está ali a alma de Clarice. Diz a lenda que Clarice era apaixonada pelo Lúcio Cardoso, gay. E a ele escreveu muitas cartas. Quase todas de amor. “Lúcio, como vai você? Responda...”. E “quanto ao teu fantasma, procuro-o intimamente pela cidade”. Assim foi que ficou tão “Perto do Coração Selvagem”. Viveu tão intensamente quanto foi possível a uma alma artomentada.
A cama rasgada, peça da exposição, faz pensar, mas também não conta nada. O melhor de tudo é um mimo: um caderninho de anotações com uma foto dela na capa, que aparece na primeira foto, deitado na mesa que escrevo agora.Clarice Lispector | A Hora da Estrela
Mostra de fotografias, manuscritos, correspondências, documentos pessoais, fotografias da escritora.
1º andar
19 de agosto a 28 de setembro
de 3ª a dom., de 10h às 21h
Entrada franca
no CCBB, em frente à igreja da Candelária - Rio de Janeiro
Dica Livro: Cartas perto do coração - Fernando Sabino, Clarice Lispector - na Estante Virtual.
Veja também no You Tube.
Em tempo: essa toalha de mesa de cavalinhos alados foi comprada no Saara por R$35 na semana passada. É, na verdade, uma colcha de casal.
CLARICE LISPECTOR E O DECOR
Reviewed by vivianne pontes on
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Ontem fui à exposição da Clarice Lispector no CCBB (ou foi antes? Ultimamente o tempo tem passado tão depressa que vou falar com marido pra ...
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